Conheça a Doença de Fabry: Uma Doença Genética que Afeta Rins, Coração e Sistema Nervoso

A Doença de Fabry é uma doença genética rara que faz parte de um grupo de condições chamadas doenças de depósito lisossômico. Ela ocorre devido à deficiência ou ausência da enzima alfa-galactosidase A, responsável por degradar uma substância gordurosa chamada globotriaosilceramida (Gb3). Quando a enzima está ausente ou em quantidade insuficiente, a Gb3 se acumula em diversas células e tecidos, causando danos progressivos em órgãos como os rins, coração, sistema nervoso e vasos sanguíneos.

A Doença de Fabry é hereditária e ligada ao cromossomo X, o que significa que afeta homens e mulheres de forma diferente. Homens com a mutação geralmente apresentam sintomas mais graves, enquanto mulheres podem ter sintomas mais leves ou mesmo ser assintomáticas, embora também possam desenvolver complicações importantes.

Sintomas da Doença de Fabry

Os sintomas variam amplamente, dependendo da idade e da gravidade da doença, e incluem:

  • Dor e crises de dor (Acroparestesias): Sensação de queimação, formigamento e dor nas mãos e pés, que pode ser desencadeada por exercício, estresse, febre e mudanças de temperatura.

  • Problemas de pele (Angioqueratomas): Pequenas manchas escuras, elevadas, que geralmente aparecem na parte inferior do abdômen, glúteos e região lombar.

  • Intolerância ao calor e suor reduzido: A doença de Fabry pode causar problemas com a regulação da temperatura corporal e reduzir a sudorese.

  • Complicações cardíacas: Incluem hipertrofia do ventrículo esquerdo, arritmias, insuficiência cardíaca e doença das válvulas cardíacas.

  • Complicações renais: Podem ocorrer danos progressivos aos rins, que podem evoluir para insuficiência renal.

  • Problemas gastrointestinais: Podem incluir dor abdominal, náuseas, diarreia e vômitos.

  • Problemas oculares: Depósitos de Gb3 podem ser observados na córnea e são visíveis em exames oftalmológicos, embora geralmente não afetem a visão.

Diagnóstico

O diagnóstico da Doença de Fabry pode ser feito por meio de uma análise da atividade enzimática da alfa-galactosidase A (especialmente em homens), testes genéticos para identificar mutações no gene GLA e exames de imagem e laboratoriais para avaliar o impacto da doença em órgãos como coração, rins e sistema nervoso.

Tratamento

Atualmente, as opções de tratamento para a Doença de Fabry incluem:

  • Terapia de Reposição Enzimática (TRE): A infusão intravenosa de uma versão sintética da enzima alfa-galactosidase A, que ajuda a reduzir o acúmulo de Gb3 nas células. As principais terapias de reposição enzimática são agalsidase alfa e agalsidase beta.

  • Terapia de Redução de Substrato (TRS): Medicamentos como o migalastat podem ser usados em alguns casos para reduzir o acúmulo de Gb3. Esse medicamento é indicado para pacientes com mutações específicas que permitem a estabilização da enzima residual.

  • Tratamento de suporte: Inclui o manejo dos sintomas, como controle da dor neuropática, uso de medicações para problemas cardíacos, tratamento para insuficiência renal, entre outros cuidados de suporte.

  • Prognóstico e acompanhamento: A Doença de Fabry é progressiva, e o acompanhamento regular com uma equipe multidisciplinar é essencial para monitorar a função dos órgãos e ajustar o tratamento conforme necessário. Com o tratamento adequado, é possível aliviar os sintomas e retardar a progressão das complicações, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Por ser uma doença genética, é importante que familiares de pessoas com Doença de Fabry sejam testados para diagnóstico precoce e, se necessário, iniciar o tratamento o mais cedo possível.

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