Os primeiros dias de vida de um bebê são um momento de grande alegria para a família. No entanto, também é um período crucial para identificar e tratar precocemente qualquer problema de saúde que possa surgir. Os testes neonatais, como o teste do pezinho e o teste da bochechinha, desempenham um papel fundamental na garantia da saúde e do bem-estar do recém-nascido.
O que são testes neonatais?
Os testes neonatais são exames realizados em recém-nascidos para detectar precocemente doenças genéticas, metabólicas, endócrinas e infecciosas que podem causar danos à saúde do bebê se não forem tratadas a tempo.
Durante o teste do pezinho, uma pequena amostra de sangue é coletada do calcanhar do bebê, geralmente entre o terceiro e o sétimo dia de vida, e é enviada para análise em laboratório. As doenças rastreadas incluem fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme, entre outras.
A detecção precoce dessas condições permite iniciar o tratamento o mais rápido possível, muitas vezes antes mesmo do aparecimento dos sintomas, garantindo um melhor prognóstico e qualidade de vida para o bebê. O teste do pezinho é um procedimento rotineiro e fundamental na saúde pública, sendo oferecido gratuitamente em muitos países como parte do programa de triagem neonatal.
O teste do pezinho ampliado, também conhecido como teste do pezinho estendido ou painel neonatal expandido, é uma versão mais abrangente do teste do pezinho convencional. Enquanto o teste do pezinho básico se concentra em algumas doenças específicas, o teste do pezinho ampliado analisa uma gama mais ampla de condições genéticas, metabólicas e endócrinas: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística e anemia falciforme. deficiências de biotinidase, galactosemia, leucinose, entre outras.
A inclusão de um maior número de condições no teste do pezinho ampliado visa proporcionar uma detecção precoce de um espectro mais amplo de doenças que podem afetar a saúde e o desenvolvimento do bebê. Isso permite que intervenções precoces sejam realizadas para prevenir ou minimizar complicações associadas a essas condições.
Há também o teste da bochechinha, em que com um cotonete especial (swab), coletamos amostras de DNA da parte interna da bochecha do recém-nascido. Neste teste são rastreadas 340 doenças.
A legislação referente ao teste do pezinho pode variar de acordo com o país ou região específica. No Brasil, por exemplo, o teste do pezinho é regulamentado pela Lei Federal nº 11.935, de 2009, que tornou obrigatória a realização do teste em todos os recém-nascidos.
Essa lei estabelece que o teste do pezinho deve ser realizado preferencialmente entre o terceiro e o sétimo dia de vida do bebê e que deve ser oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o território nacional.
Além disso, o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), coordenado pelo Ministério da Saúde, estabelece os protocolos e diretrizes para a realização do teste do pezinho, incluindo os tipos de doenças a serem rastreadas, os procedimentos de coleta e análise das amostras, e as ações a serem tomadas em casos de resultados positivos.
Quanto ao teste do pezinho ampliado, que abrange um número maior de doenças além das já incluídas no teste do pezinho básico, sua oferta e regulamentação podem variar de acordo com as políticas de saúde de cada estado brasileiro. Não há uma legislação federal específica que obrigue a realização do teste do pezinho ampliado em todo o território nacional.
O teste da bochechinha, por enquanto, é só realizado no setor privado e sem cobertura prevista por planos de saúde.